Monday, January 30, 2006

Look on the bright side



"My God, it's full of stars!"-2001, a Space Odyssey.

"Many people believe that current physics and mathematics are, on balance, contributing usefully to the survival of mankind in a state of dignity. We disagree. But should humans survive, gazing at stars in a clear night will remain one of the things that make existence nontrivial. We hope that at some point this book will remind you of the first time you looked up."-Sachs, Wu, General Relativity for Mathematicians

The center of our galaxy, as seen by the Spitzer Space Telescope, in the infrared range. Right at the brightest spot lies a supermassive black hole, like a ruling Neptune in the eye of the storm.

Follow this link and go to the bottom of the page if you want to see an amazing 40 Megabyte version of this picture. Now, how big does your ego feel?

(this one is for you, M.)

Tuesday, January 24, 2006

Don't (quite) quit your dayjob!


I carved a lance out of carbon dust and the corpses of trees. In secrecy I named it after myself. This my single claim to professional honour.

Now all that is required of me is that I find a weak spot on the dragon's belly and plant it there.

Such is the nature of my daytime job.

I've been handsomely paid to slay this ancient beast. Yet I dally and I hesitate. I sometimes think it will kill me first.

Monday, January 23, 2006

Memories of a small-time speculator on the game of life

No matter how much you try, no matter how pure your actions and thoughts, no matter how perfect your chess moves, half of it is still pure luck. And when you go into a losing streak the best is just to leave the game for a while. Except that when the game is life, you have no choice but to stick around and take it.

Victory is a game of fools. Victorious imbeciles will parade their wins like they had something to do with it, when most of the time they had no knowledge of even half of the game. The dice just smiled on them, that's all.

To make a life out of the need for victory is philosophically dirty. It is a coward's illusion. And some lucky cowards will not even have to wake from it. They will shun enlightenment for the warmth of the jackpot. A mortal man has no business needing victory. Death and old age will rob him of every illusion anyway.

All victories being fleeting, the only true and lasting one is simply this: to make your skin so strong, to build the scar tissue so thick, that you can face every loss, even the final one, with a shrug. And yet to make your heart so warm, and your mind so loving, that you will sill try again...and again...

...and still love the game.

Friday, January 20, 2006

Goldberg Variations

On the street the other day, a close encounter of the rare kind. Standing around, drawing and whistling to myself. Suddenly there is somebody looking over my shoulder.

-I can't believe you are actually whistling the Goldberg Variations.

-I can't believe you recognized it.

-You actually had about 10% of the notes right. Haven't you ever heard of iPods?

-I'm too cheap. Whistling is free...I think. Are you going to charge me a copyright or something? Are you a musician?

-I'm a model. But I play the harpsichord for fun. Not very well.

-Congratulations. I hate people who play well. They steal the spotlight from my whistling.

-What are you drawing?

-Spirals. Well, curls, sort of. I'd like to do for curls what Leonardo did for vortices. Can I draw your curls, by the way?

-I'm too expensive, and you're cheap, remember?

Intelligence is usually the first casualty of extreme beauty, but L. had them both. I wish I had the drawing to post (I'm back to drawing people) but she kept it. Her red curls and pearl white skin needed Leonardo, not me.

Dear L. ,were I 20 cm taller, 10 years younger, 30 IQ points smarter, and actually not gay(*), you'd never escape me :))




(*)-just kidding. I mean, you'd still escape me :)

Corporate Tax

The price of blank media, such as blank CDs for instance, often includes a tax which is given to the music industry. The music industry requested this as a so-called compensation for lost sales due to piracy.(the amount of lost sales is, BTW, estimated in the most fantastic ways, such as making believe that every pirated CD corresponds to a CD that would have been bough legally otherwise, ignoring the difference in price and the absolute value of the total funds available to the buyer). What this effectively means is that when I buy a blank CD, I am actually buying a bit of a Britney Spears CD, which I absolutely would never buy in a million years. Even if I am using the CD to store my own personal photos, data, whatever.

Now, in a new development along the same lines, UK film and TV producers want a special tax on digital recorders.

Capitalism is dead. Welcome to Corporate Feudalism. Corporations do not have to captivate you with advertising anymore, they now own the state. Whatever money they fail to brainwash out of your pocket, they'll take from you by force of law. Like it or not, you will buy Britney's shit. They own the politicians, they own the law. Get used to it. Wake up to it.

The infrastructure determines the superstructure (again)

The infrastructure determines the superstructure

Tu és o quê?

Um amigo de um amigo interpelou-me no meio da multidão:

-Tu és o quê?
-Eu sou o... (disse-lhe o meu nome)
-Sim, mas és quê? Podes ser repórter, apoiante, membro do partido...
-Ah...isso (pausa). Olá! Eu sou o (repeti o meu nome). Não chega?...

Porque é que temos sempre que pertencer a qualquer coisa? Porque é que temos que "ser" sempre outra coisa que não simplesmente nós próprios?

Vemo-nos nas barricadas, se fôr preciso, mas jamais na sede disto ou daquilo. Podemos partilhar de ideais, não temos para isso que ter no bolso o mesmo cartão de membro.

Forjemos alianças temporárias, sempre voláteis, sempre condicionais. Que duram enquanto por acaso olhamos na mesma direcção. Que se quebram sem remorsos quando, passado o seu prazo, não mais nos alegram.

Vamos voltar atrás


Posso sempre dizer que só fui lá pelas miudas!

Regret

Meu Deus, acabo de fazer um post, não político, mas partidário.
É indizível o asco que sinto por mim próprio. Perdoai-me Senhor...

Thursday, January 19, 2006

Camuflado em tons de vermelho


É preciso azar! Mais uma vez o gajo que insiste em não fazer parte de qualquer clube que o aceite como membro, é apanhado em flagrante delito num comício de comunas. Da primeira vez acabei numa foto do Avante, da segunda, dizem as más linguas (sem ofensa, J.), acabei nums fotogramas do telejornal ("Vi-te logo, o unico gajo de T-shirt em pleno inverno! Já agora, não era aquela que já tem uns 10 anos?"). Logo eu, que não vejo televisão há uns milénios. Lá se foi o meu tacho na CIA! Posso sempre alegar que fui como reporter fotográfico. Ou como agente infiltrado. O mercado está sempre aberto aos vira-casacas. Ou posso ir a um comício do Cavaco para compensar. Mas teria que fazer a barba primeiro, e comprar uns sapatinhos de vela. Não, a minha camuflagem natural funciona melhor em tons de vermelho :)

O que fui lá fazer? Fui acompanhar amigos, e tirar fotografias. Mas confesso: Desta vez acho que até voto nos gajos. Porquê? (não, não foi o comício que me convenceu)

Não voto no Soares, porque está velho demais, e é o Soares. Não voto no Cavaco porque gostava de saber quem é que o financiou; e gostava que ele respondesse às perguntas que lhe fazem antes de ser eleito e não depois (se as respostas são tão desagradáveis, podia sempre fazer como o Sócrates e mentir descaradamente), e porque alguém lhe devia explicar que não se está a candidatar a PM mas a PR. Não voto no Louçã porque é o Louçã. Não voto no Alegre porque seria Triste que tivesse que sujar a sua torre de marfim com a realidade da arena. Não voto no outro gajo porque não me lembro do nome dele (esta foi baixa, só estou a brincar). Não voto no gajo dos Ena Pá 2000 porque ele não se candidatou.:)

Voto no Jerónimo porque os comunistas até têm estado do meu lado em muitas das questões que me tocam (no Kosovo, no Iraque, na guerra das patentes, e em tantas outras guerras mais ou menos bélicas) e porque está na hora de dar algo de retorno. Voto nele também porque me irrita o bi-partidarismo e os "votos uteis". Posso discordar de algumas posições do Partido Comunista, especialmente teóricas (ok, M., não mencionarei o Feudalismo Coporativo :)), mas o voto vive da praxis. Votar num partido não é fazer parte dele, não é declarar fidelidade a um clube, não é concordar com ele em toda a linha. As eleições são uma guerra de comparência, em que declaramos ou não uma aliança temporária, que se quer sempre volátil, a uma das facções presentes no campo. Muitas vezes não achamos nenhuma que nos agrade, e é legítimo não tomar parte. Tem sido o meu caso desde há uns anos. Pesam-me as eleições, pesa-me escolher um ditador em vez de outro. Não tenho tido grande impressão dos vencedores, e sempre que votei neles perseguiu-me durante anos o sentimento de culpa. E por isso várias vezes não votei de todo, para mostrar o meu desagrado por toda a farsa democrática. Agora voto porque não votar parece-me um erro maior. E porque é hora de dizer aos senhores que se alternam no poder que, ou mudam, ou mudamos nós para algo de radicalmente diferente. Talvez se assustem. Ou talvez só acordem tarde demais. Tanto se me dá, desde que algo se altere.

Sunday, January 15, 2006

Anything

Now, are not you fancying, gentlemen, that I am expressing remorse for something now, that I am asking your forgiveness for something? I am sure you are fancying that ... However, I assure you I do not care if you are. ...

It was not only that I could not become spiteful, I did not know how to become anything; neither spiteful nor kind, neither a rascal nor an honest man, neither a hero nor an insect. Now, I am living out my life in my corner, taunting myself with the spiteful and useless consolation that an intelligent man cannot become anything seriously, and it is only the fool who becomes anything.

Notes from the Underground
- Fyodor Dostoyevsky

Saturday, January 07, 2006

Digressions

On the NYT, an interview with Albert Hofmann, almost-centenarian father of LSD.

Meanwhile, I read today about this marvelous old stunt by The Yes Men, who singlehandedly impersonated, subverted, and "dissolved" the WTO, showing at once the power of perceived authority and the vastness of what we could get away with, politically, if we really tried.